A Universidade, em seus anos iniciais, tentava se afirmar como um dos instrumentos de desenvolvimento regional, integrando-se aos discursos de modernização da sociedade brasileira. Essa atmosfera ficou marcada no bairro, por exemplo, pela presença do estilo moderno que caracteriza os prédios construídos pela Universidade no Benfica nas décadas de 1950 e 1960. A questão da modernidade, contudo, não era presente somente na questão educacional ou da alta cultura, mas atravessava o cotidiano universitário, a maneira como a Universidade interagia com a sociedade e os rumos que a política nacional foi tomando no pós-guerra. Partindo de uma proposta de criação com claros traços burgueses e ligada ao bacharelismo da aristocracia rural, a Universidade incorporou as discussões e as disputas dos processos de modernização, industrialização e urbanização que transformaram a sociedade brasileira na segunda metade do século XX. A Universidade, e, principalmente, o Benfica, passaram a ser locais de manifestação e debate político conhecidos na cidade. A partir da Universidade, os poderes locais tentaram se legitimar e foram contestados, tentaram usar a UFC como laboratório de projetos sociais e, a partir dessa instituição, muitas soluções para problemas políticos e sociais foram propostas.
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